Posso sentir a morte do fim do dia, o hálito fétido da sua boca aberta, a crescente invasão da agonia, a alma vazia na noite deserta.
Tão certas as palavras que existiam, apenas no fim, rastros de melancolia, deste dia que há tão pouco apenas nascia, e agora, pouco a pouco, a morte o levava: ele morria.
Não posso sepultar mais este dia. Quero me libertar destes grilhões, fazer de um simples sonho realidade, de um simples ato de vontade — eternidade —, e ver nascer, com alegria, um dia que nunca morreria de verdade.
Ter o olhar refletido no nada, tão frio como o aço da espada; encontrar o altivo senhor do universo, que, mesmo distante, está perto do meu coração. Alexandre Montalvan