Sonetos : 

UM JAZIGO EM CHÃO BATIDO.

 

Será um jazigo sem luxo e em chão batido,
Minha próxima parada e sem mais retorno,
Eu já estou cheio dos tramites e investidas,
Espero ali ninguém peça nem um suborno.

A minha amizade com a morte se aprofunda,
Já sinto quentes suas frias faces sem o medo,
Enquanto ouros tentam fugir dos seus apelos,
Por tanto apego ao existir nestas penumbras.

Partiria hoje pra outra esfera não conhecida,
Desejo algum ainda alimento desta podridão,
Eu sou promiscuo mas defendo meu perdão.

Aos tapurús alimentarei com minha carcaça,
Mas este banquete sentencia sua própria morte,
Não cabe ao germe compartilhar do fator sorte.




Miguel Jacó

 
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Migueljaco
 
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