um tempo desperta já sem tempo
pra seguir celeridade de um
já em assaz movimento
há folhas de um livro
soltas no ar narrando pacatez
de paisagem bucólica
pintada com suspiros de
brisas e mornos bocejos...
reviram no tempo
páginas adoecidas de hepatites
adquiridas d'enredos
saciados em águas paradas
agasalhadas em velhas represas
havia encanto
nas linhas do lago plácido
acolhedor de figuras do alto
e do que via pelos lados
admirável refletor de outras faces
alheado do que dava vida à entranhas...
aqueles lodos
aquelas lamas
e minúsculos vermes
oxigenando-lhe âmago
um fundo tão imundo
mas tão seu...
folheia-se inda
páginas presas em capa
assinada
páginas recém nascidas
de brancos virginais
cobiçando novos escritos
com mais ardor
e agitos
mas o tempo não dá tempo
pra outros capítulos
estica-se em linha frágil
preste a se romper
o tempo
o tempo
Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.