a folhagem em viço
algumas flores ainda em festa
e os frutos que adoçam.
é uma árvore frondosa
em baile incansável
porque o vento não
desiste de dançar
a tela do artista ganha suas
cores
a fotografia captura suas poses
e o poema a entranha em
palavras e cada palavra é terra fértil
para semeio
canteiro
jardim.
há a ideia de que
o que é visível
rente e belo
carrega o esplendor.
tenta-se ir mais ao fundo
mas, compreender as raízes é
sujar as mãos de silencio e tempo
tristes das árvores tortas
de troncos sem verniz
dos galhos sem molduras
aquelas que ninguém fotografa
mesmo que suas raízes
também segurem o mundo
no mais profundo
Inconstante...
