como quem acaricia a palma da mão
no pelo sedoso de um gato,
percorro a geografia da tarde
e a cor felina das nuvens
com a finitude do olhar
e o estremecimento que há-de
ser lágrima antes do chão
ser chuva antes da noite
ser parda antes da solidão
ser poema antes que as rimas
me arranhem a pele estéril
do horizonte
ser rio de seda antes do preço
de Caronte.
Teresa Teixeira