Poemas : 

Supedâneo dos enforcados

 
Supedâneo dos enforcados

Por entre a nébula que bimbalha
De inóspitas cintilações abrolha,
Amortalha a bimbalha e estraçalha
O hercúleo fazendo limiar bolhas,
Palpitações impolutas de mortalha,
Abrolha as bolhas, tolhas e acolhas
Por entre a nébula que bimbalha.

As cítaras sinistras que a ecoa
Dolentemente choram as chorosas,
Ecoa, entoa, destoa e esmoa
Ostentosamente as tão formosas
versificações consideradas atoa,
Tão chorosas as vaporosas cosas
As cítaras sinistras que a ecoa.

Nas brumas brumosas frementes,
Estóica os trêfegos desvelos
Frementes e doentes utentes,
Quais miraculosamente tê-los
Em pujança das estranhas mentes
Pelos desvelos, os belos zelos
Nas brumas brumosas frementes.


"Amar-te é ter a certeza que morrerei por um propósito;"

 
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Stacarca
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/01/2008 18:27  Atualizado: 09/01/2008 18:27
 Re: Supedâneo dos enforcados
Exercício poético interessante.
h@p

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 22/02/2008 16:33  Atualizado: 22/02/2008 16:33
 Re: Supedâneo dos enforcados
Sem dúvida seu poema ficou muito bonito, pela excelente melopéia, pelas imagens evocativas e absolutamente simbolistas. Composições assim, com refrão no início e final da estrofe foram comuns nas composições de mestres do Simbolismo brasileiro, como Silveira Neto, Mário Pederneiras, Emiliano Perneta e Da Costa e Silva, no seu livro "Sangue" (1908) onde possui poema "canções da morte".
Procuro ilustrar isso porque, sem dúvida, nas rodas oficiais de literatura, para aqueles que o sentem da mais profunda inspiração e o artesanato do poeta, seu poema jamais passaria despercebido, e assim, se faz jus a uma composição bela e digna de expressão.
Meus parabéns, sou um admirador profundo de seus escritos, porque são originais e superiores por natureza, Um abraço, Godi.