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DONA DA MINHA VALSA

 
DONA DA MINHA VALSA




Gostas de seguir-me a cada movimento.
Amas quando tens o ensejo de te apossar dos meus pensamen-tos.
Excitas-te ao sentir o pulsar hercúleo e edace da tristeza.
Tristeza em que dolorosamente sirvo de alfobre.
Teu alfobre. Tua vivenda!



Tu, sempre a fechares todas as gretas de alacridade
Que abro.
Tu, sempre a salpicares meu peito de desventuras,
Enxovalhado-o de mágoas, oceano de amarguras.
Tu, sempre a pores limitações em meus ideais,
Onirofágico relicário de meus mais caros sonhos.
Tu, sempre a quereres que siga um caudaloso rio soturno.
Tu, sempre a fazeres de mim teu manipanso.
Tu, sempre a rainha magna da possessão.
Tu, sim. És tu mesmo: sicária conseqüência da sonhada
Felicidade vã!



Na verdade, queres me botar na valsa...
Na verdade, me impões a valsa...
Na verdade, me fazes dançar contigo a valsa...
Na verdade, em mim, és a própria valsa. Enfim, tu, solidão, és a
Minha própria valsa diária



JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA

 
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jessé barbosa de oli
 
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Enviado por Tópico
De Moura
Publicado: 28/01/2008 14:09  Atualizado: 28/01/2008 14:09
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 Re:DONA DA MINHA VALSA / P Jessè Barbosa de Oli
Olá Jessé não deixee que a valsa tome conte de si... há mais variedade por esse mundo a fora.

Está lindo este poema.

Um beijo, Alcina