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A ELITE DIRIGENTE

 
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Numa definição de FERNANDO AZEVEDO, na “Sociologia Educacional”, a elite dirigente é uma minoria constituída de individualidades merecedoras por si mesmas e que se apoiam sobre o mérito pessoal, valendo-se pela soma e qualidades dos indivíduos que entram em sua constituição. Os conceitos de classe e de elite são perfeitamente distintos, pois a concepção da existência uma classe implica em diferentes níveis ligados a atributos peculiares, criando barreiras e colocando num mesmo plano aqueles que transpõem determinados níveis. Mais ainda, diz o sociólogo, a verdadeira democracia está na eliminação dos obstáculos ao recrutamento seletivo em todas as camadas sociais dos indivíduos que irão compor a elite dirigente. Ao longo dos tempos, as elites dominantes – de onde provém a elite dirigente - demonstraram uma nítida tendência a condicionarem intimamente também os problemas da segurança pública à satisfação de suas próprias preocupações e necessidades e, embora algumas vezes, através dos tecnocratas e teóricos que lhes dão a sustentação, apresentem equacionamentos de determinadas questões onde aparentemente transparece um interesse geral, mesmo assim estarão de algum modo, esses equacionamentos e seus desdobramentos de ligados a seus próprios interesses particulares.
Nesse sentido, o termo – elite – induziria de início a uma necessária dife-renciação entre elite dirigente e classes sociais. Existiria, porém, num sentido amplo, alguma diferença necessária entre a realidade prática desses conceitos teóricos? Haveria, numa soci-edade, a possibilidade do reconhecimento de barreiras e níveis como fatores cuja contingência permitisse o estabelecimento da diferenciação conceituada? O que se evidencia, contudo, é uma verdadeira contaminação da elite dirigente que de certo modo pode vir a acarretar uma decadência advinda de uma verdadeira crise moral e de valores, não somente restrita ao nosso meio, mas tomada como um episódio mais amplo no contexto da globalização. Sem todas as con-dições específicas para fixar-se e tornar-se mais gritante neste ou naquele país, estendeu-se irrestritamente atingindo indistintamente todos os continentes, monarquias e repúblicas, envol-vendo reis, presidentes, ministros, etc., saltando aos olhos até dos que, com alguma ênfase, de-claram abertamente duvidarem da existência dessa crise, muito possivelmente iniciada pela ausência total dos mais elementares princípios de solidariedade e sua obrigatória extensão nos fenômenos da informatização e globalização que a humanidade sofreu e que vêm causando pro-fundas transformações socioeconômicas principalmente nas culturas e economias mais instáveis, incipientes ou em estágios mais atrasados.
Mesmo assim, é mais uma revolução que a humanidade terá a absorver como o fez com a descoberta do fogo, as revoluções industriais, a revolução comercial e sofisticação da tecnologia dirigida aos meios de produção e que teve seu fastígio após a Segunda Guerra Mundial.
Contudo, mesmo diante da escalada da globalização e da informatização parece mais provável acreditar que a cada país será acometida uma crise nos moldes e acordo com o contexto histórico das classes sociais e das elites dominantes. Ainda nesse sentido, de acordo com as características psicossociais e econômicas inerentes às próprias condições geográficas e biológicas, podemos vir a atravessar a propalada crise e a ela sobrevivermos em que pese uma possível influência da chamada crença neoliberal e seus expoente que vêm ocupando e dominando os espaços, de forma gradual e progressiva nos diversos setores da sociedade que porventura possam oferecer os indivíduos para a constituição da elite dirigente.











(LM.Rêmora é heterônimo de Luiz Antônio de Morais, Escrivão de Polícia, ex-Presidente da Associação dos Funcionários da Polícia Civil de Piracicaba )
 
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LM.remora
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