Poemas : 

QUE SORTE, AMIGO!

 
Que sorte, amigo, que sorte a tua
por poderes visitar a minha terra
tão antiga, tão nobre e tão bonita!
Que sorte, amigo, que sorte a tua
por sentires os pés no nosso chão
calçado de pedra rija em asseio domingueiro
e dele contemplares as paisagens
tantas paisagens de garranos sem freio
coloridas e perfumadas de urze brava e alecrim
por onde a água desce em serpentina
como se bailando ao vento brando das manhãs!
E nós, amigo, que somos tanto dela
vamos querer que voltes, que voltes sempre
para que pelos teus olhos e passos
a possamos palmilhar outra vez contigo
sem tempo e sem cansaço...
Que sorte a tua e a nossa, amigo
por termos mel dourado e pão de milho
em tolha bordada em linho
de bainha aberta às mãos prendadas
e som de concertinas e alegria
em todas as voltas e caminhos
sempre que voltes a Terras de Bouro!



João Luís Dias

 
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jluis
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