Sonetos : 

soneto do malsinado vate

 
“Quando os laços do corpo uma alma ímpia
Destrói por si, do seu furor no enleio
Ao círc’lo sete Minos logo a envia.
“ Na selva tomba e aonde acaso veio,
E como o seu destino lhe consente,
Aí, qual grão germina de centeio...”

A Divina Comédia - Inferno – canto XIII






És tolo, miserável de destino jamais ambicionado por tantos,
considera- te uno homem de sorte, de inexistentes encantos.
Em vão julgaste que podias controlar o destino com feitiços,
da semeadura à colheita, os saldos da tua vida foram cediços.

Ó malsinado vate, abjeto ser, desgraçado na confusão profusa!
Mente infame, brotada da fusão de maus pensamentos reclusa.
És o nefando de pútrido agir, funesto ator d’anátema execrado,
maldito ignóbil. Poeta sem musa debalde pugna final almejado.

És a besta, desde a juventude fiel discípulo de lamentável titã,
teu negro coração intolerável cedo foi jubilo do resgate de Satã;
enfastiante nesta terra, desde priscas eras cultivas inimizades.

O hálito podre sublimas, não trouxeste liberdade para a mente,
vegetas; jamais fizeste despencar raio da viva inspiração latente;
recolhe-te, ó insuportável e repulsivo havido das profundidades.









[pois que espalhes os excrementos que produzes
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enfim]
 
Autor
shen.noshsaum
 
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