Poemas : 

Solilóquios de minha'lma

 


Disse um dia minha alma que sofria,
e era somente a mim que se referia.

“ - Vais fingir que amas para aplacar a própria dor,
vais te iludir, talvez querendo luxurias, não amor”

E continuou como doce governanta,
dizendo palavras com propriedade tanta:

“- Não confundas e não te iludas!!
Se alguém te dá alguma atenção
não significa que te ama”
Apenas tem pena da tua dor,
esse teu sentimento às raias do ridículo,
que queres que o mundo saiba.
Acaso espalhando teu azedume e fel,
mitigaras a frustração que trazes no peito?
Acaso iludindo quem te estende a mão,
esquecerás as desventuras agora só tão tuas”


Arrematou num tom quase suave,
como se do arcano tivesse chave:

“- O que queres então?
Procurar messe de delícias luxuriosas
como bálsamo para teu sofrimento?
Entregar-te violentando o corpo,
sem reflexos no âmago da alma,
apenas anestesiar agruras
em detrimento de alguém ora sensível
que se encantou com teu sofrimento?”

“ -Há alguém que deseja teu sofrimento estancar,
não que de repente te tornes dela o par.”


De arrebatada figura,
sou altivo, sou forte,
não carrego lutos e mágoas,
até um dia enganei a morte,
na sua faina de colher almas
e renasci.

 
Autor
Warmien
Autor
 
Texto
Data
Leituras
593
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.