Cada linha que em papel não tracei,
Em cada poesia por mim esquecida
São rascunhos que da alma nunca tirei
Com medo de não poder lhes dar guarida!
Os poemas que nunca escrevi
Por falta de confiança ou inspiração,
São partes de mim que hoje perdi
Num ontem anónimo à minha razão.
O que escrevo é de um velho cansado,
Com sonhos partidos e olhos no horizonte
Desejoso de alegria mas já muito desgastado.
O que descrevo em livro com leves penas,
Usa a minha mão e mente como ponte
E lembra o poeta esquecido em poemas!
Paulo Alves