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Quero as minhas Asas de volta!

 
Tags:  poesia  
 
Nothing I can say or do will take away what i've been trough, nothing you can say to me can take away these memories, what you where is what i've come to be...

Esta música diz-me tanto neste momento... O teu medo contagiou-me... A tua personalidade inerte transformou-me... Fiquei com medo! Medo de tentar, medo de arriscar... Medo até de quem me faz bem, de quem me faz sentir especial, acarinhada, mimada... Descobri o que é ter medo de sofrer... Assim como descobri tantas outras coisas e/ou sentimentos por ti, por tua causa... Descobri o medo!
Depois de todo este tempo acordei e percebi muita coisa... E mais que tudo percebi que tu foste nada mais que um sonho... Irreal... Impossível... E a esperança que preservei no meu coração escorre-me pelos dedos como areia da praia... Quanto mais a tento segurar mais ela escapa pelos dedos, por cada sitio que consegue... Esvai-se de mim, em mim e por mim... Dói-me... Queima-me junto com cada lágrima que verto ao sabor da saudade de um sonho que um dia acreditei ser possível... Mas não acredito mais!

Quero as minhas asas de volta!!! Quero acordar de novo e acreditar... Acreditar que vou ser feliz.... Que os sonhos podem se tornar realidade... Que o amor não me vai magoar... Quero voar nas asas da imaginação, do sonho, daquela alegria inocente, infantil, de menina que acredita em príncipes encantados e que o amor verdadeiro pode vencer tudo...
Que é feito de mim?! Onde estou EU no meio disto tudo? Onde está a M. que luta, corre, sofre, chora mas ri, aproveita, tenta e mesmo que se magoe se levanta e não desiste?!
Estou cansada... God, estou tão cansada...
Há alturas em que apenas me apetece ficar na cama o dia todo, dormir e dormir... Não ter de pensar, não ter de lembrar... Não ter responsabilidades, uma casa para pagar, um trabalho onde estar... Preciso de férias! Preciso mesmo de férias!

Férias daquelas em que fazemos o que queremos ao nosso ritmo... Ia de férias uma semana sozinha para qualquer parte... Depender apenas de mim para acordar, andar, comer, beber, sentar...
O mais próximo disso tem sido quando vou até à praia... Ando kms a fio olhando o mar... Quem conhece, percorro santo amaro, sigo, passo Inatel, praia da Torre, Carcavelos e continuo até não ter mais forças... Não fisicas, psicologicas... Ando até as ideias esgotarem e até conseguir parar, sentar-me na areia, olhar o mar e ficar vazia de tudo, vazia de mim, dos meus sentimentos, dos meus medos, das preocupações... Vazia do que foi e não é mais, vazia do que poderá vir a ser... Fico ali, a olhar o mar, perdida dentro de mim e ao mesmo tempo perdida naquela imensidão azul enquanto o Sol termina a sua viagem e se põe... Aparecem as primeiras estrelas, a noite cai e eu permaneco sozinha com o mar... E quando acordo desta paz momentanea sinto as minhas asas de novo, fracas, quebradiças... Mas comigo... E prometo constantemente que as vou fortalecer... E não cumpro essa promessa... Será que as minhas asas um dia se vão fartar de mim e vão embora?!
Será que estou a fazer algum sentido?

Fico-me por aqui senão estou capaz de escrever a noite toda...

E.L.
2008/8/01


E.L.

 
Autor
Emilia Lamy
 
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