És a flor da qual eu sou o caule
Sou a brisa que docemente te afaga
És o sol que me sorri e aquece
Sou o manto do luar que te protege…
Navego nas ondas dos teus braços
Respiro as marés do teu belo corpo
Descanso meus cansaços em teus abraços
És serenidade que faz de ti o meu porto
Somos metáfora das ilusões improváveis
Voamos como folhas, sonhadas mariposas
Em cada dia inventamos novas sensações
Somos vale plantado de poesias e prosas…
Que digam que não somos deste mundo
Se o fizerem é simplesmente por despeito
Temos pelo sentir a vida, respeito profundo
Somos assim e não aceitamos de outro jeito
Amar é sentir o perfume dos cardos
É sentir dor que comprime o peito
Amar é achar belos, os secos prados
É ver perfeição onde há tanto defeito
Amar é a loucura dos apaixonados
É não distinguir o errado do perfeito
Sentir o amor é como sentir o vento
Sopra, assusta e quando brisa, não dura
Tantas vezes o amor só traz sofrimento
Na verdade amar é verdadeira loucura
Amar pode ser dor ou a paixão da cor
Da alegria, no jardim da felicidade
Amar é a tristeza cinzenta da infelicidade
É desvario cativo da dor, por amor
José Carlos Moutinho