Poemas -> Esperança : 

Dividir para reinar

 
Tags:  amor    vida    solidão    sonhos  
 
A mesa parece pequena para as duas almas.
À volta do cachimbo da Paz a guerra sente-se.
Trocam-se palavras como se cromos fossem e a caderneta engrossa.
As faces tão próximas e os olhos tão distantes deixam no ar o suspense.

Dividimos os fumos e cada um sobe ao seu Céu.
As almas partem para destinos díspares e sobram dois corpos.
Vazios, frios, inseguros e conscientes da sua falha.
Os sonhos abraçam-se sem se misturarem e os corpos estáticos.

O teu olhar vira-me para fora e caio em ti.
Amparas-me esperançosa duma nova mazela que me detenha.
O meu olhar vira-te para dentro e desejas algo mais.
Os nossos corpos ajustam-se enquanto vemos os nossos espíritos seguirem os seus individuais caminhos.

Olhando o fosso que sempre esteve entre nós,escuro e misterioso,
Estendemos as mãos na ânsia de tocar carne conhecida.
O amplexo dá-se e pairamos sobre algo que nunca vamos descobrir o quê.
Sabemos que a divisão é o único caminho para o sucesso.


A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.

 
Autor
Paulolx
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1180
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
3
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
MariaSousa
Publicado: 23/02/2008 21:28  Atualizado: 23/02/2008 21:28
Membro de honra
Usuário desde: 03/03/2007
Localidade: Lisboa
Mensagens: 4038
 Re: Dividir para reinar
Corpos e almas que se juntam e dividem é uma fotografia da vida real.

Com excepção dos pequenos erros ortográficos, gostei do conteúdo do poema.



Enviado por Tópico
Carolina
Publicado: 23/02/2008 23:28  Atualizado: 23/02/2008 23:28
Membro de honra
Usuário desde: 04/07/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3422
 Re: Dividir para reinar
Paz e guerra...
Corpo e alma...
Dualidades sempre "trabalhadas" em poesia!

Parabéns