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Voltas e voltas

 
Tags:  vida    paz    viagens    ausencias    regressos  
 
Como se de uma noite de sono se tratasse estou de volta a onde nunca estou. O comprimido tropa faz o efeito necessário e até as dores se tornam velhas conhecidas.
Escorando-me numa velha cadeira ponho a minha alma a nú perante ninguém, talvez tentando justificar tanta acção.
Não sinto nem tempo nem distância, como se todos aqueles e aquilos que amo lá estejam, congelados na pureza da ausência, aguardando o meu regresso.
Sinto em mim um rio de Vida correr livremente e já me sinto parte do Fim, seja ele qual for, aguardando em Paz mais essa mudança.
Os afectos, que cada vez menos me enlaçam, são jóias que teimo em guardar, queridas, junto ao peito, na doce certeza da sua intemporalidade.
As palavras que me encontram avulso cimentam algo que sempre esteve em mim e nem minha mãe poderia ter feito melhor.
Ao espelho vejo as marcas de tantas gargalhadas e não posso evitar mais um sorriso ao ver que aquilo que nos marca é o que nos deu prazer.
Reconheço e agradeço o conforto e segurança construidos pelo meu Ego mas tento não me deixar confortável na certeza da mudanças vindoiras.
Não querendo mais fugir a um corpo que ainda é meu vejo as escadas que me vão levar a pastos verdejantes e desligando-me das redes vou sózinho para o colo do velho Morfeu continuando a alimentar a fantasia de acordar numa nova realidade...


A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.

 
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Paulolx
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