Poemas : 

No espaço da imaginação

 
- Eufóricos os momentos que nos levam ao engano, a tentarem cegar-nos para poderem arrombar uma porta fechada. Sabes quem nos haverá de dizer quem somos, quem fomos e quem viremos a ser de novo? Nós!

- Esqueçamos então as teorias que nos levem a ser qualquer coisa que não conhecemos ainda. Ledo engano para nos levar ao engano. Esqueçamos quem somos agora neste momento e seremos algo de maravilhoso que continua vivo em nós!

- Isso! Um modo único de ser, mesmo quando as Eras tomam conta do tempo.

- Há tempos sombrios, desnortes, que deixam sempre muita coisa no ar, em suspense, sem resposta. Depois vagueia no espaço da minha imaginação como foi o caso de ontem, em que o pensamento coabitava com um espaço trancado. Rapidamente se cortou a comunicação, como se o fio descarnasse, ou então fosse violado por qualquer intrusão dessas que acontecem nas novas comunicações, onde te movimentas e nem sempre te orientas no verdadeiro sentido das coisas.

- Sabes, às vezes penso estar a falar com ninguém em nenhures. Isso tem-me deixado sempre em suspense nesse encontro imediato com o nada. Depois e sem direito a defesa, fica o pensamento também a vaguear por aí. Não sei se já sentiste, mas inspiras-me sempre a escrever-te, e também me levas a dançar como dançámos à chuva naquela noite, com uma taça de vinho tinto nas mãos. Lembras?

- Sei sim que te inspiro a inspirares-me! Como sabes, escrever para mim é um vício. Doentio até, se pensar num conjunto de várias ordens do pensamento a levar-me para lugares onde nunca pensei estar, muito menos visitar. Mas sabes que também dói? Dói por dentro. Dói a alma, tanto que às vezes não consigo falar, andar, pensar…só escrever. E escrevo tanto que só depois de escrever é que penso no sentido que dei às palavras depois de as ler. Por isso sinto-me esvair em cada uma, em cada texto, em cada livro, tal como me sinto quando te penso e não te toco, e não te falo e não te vejo…amor, paixão, tesão mesmo que só em refrão.

- Sei disso tudo. Tanto que tenho momentos que preciso fechar os olhos, e em silêncio procurar-te naquele emaranhado de partículas coloridas, que dançam em frente aos meus olhos trancados à luz. Sabes que na escuridão a luz é mais luz! A luz que encontro num fundo negro quase nunca me cega! Há luzes que embriagam os sentidos, e cegam, cegam, a nossa própria luz. Sabias?

-Sim a tua já me cegou uma ou duas vezes. Mas já escrevi tanto e só queria falar-te sobre uma ou duas coisas. Um ou outro pensamento que ficou ontem suspenso, e me impediu de adormecer no imediato momento em que coloquei o corpo no posição horizontal. Óbvio que quando assim é, penso em ti. Esta posição dá cabo de mim, quando amo.

- Sim, mas adiante para mais um ponto, ou uma vírgula neste pensamento que a noite suspendeu. Pois, só porque à noite a luz é mais luz, e o conhecimento dela própria não deixa margens para dúvidas.

- Pois é! Ficou o pensamento em estado de amnésia. Adormeci com ele e acordei com ele. Sabes como sou distraída.

- Eu sei, mas quem não te conhecer deve achar que és assim meio desmiolada ou mesmo uma inteira destrambelhada.

- Sabes que não ligo a coisas e coisinhas. Mas os “mas” colocam-me sempre questões. Por outro lado tenho a minha própria análise sobre os “mas”, esses teus quando me deixas vaguear pela tua imaginação e essa sim, é sublime e gosto muito mais.

- Eu também gosto do gozo que me dá, ver-te assim entusiasmada com o pensamento em diversão. Adoro quando o colocas em acção, determinado a deitar por terra qualquer enredo que possa estar a ser criado na tua imaginação.

- O pior é que as coisinhas aparecem e depois vêm os filmes, os enredos, as suposições. Enfim um rol de coisas que nos levam sempre a conclusões que nem sempre são as reais.

- Mudando de assunto: não me amas como eu te amo, disseste-me. lembras? A minha imaginação é algo somente meu, e a tua, a súmula de alguns tempos nos verbos que transitam e se ordenam mediante a minha comunicação. Agora imagina se todos nós gostássemos do mesmo modo das mesmas coisas, se a cor preferida de todos fosse o amarelo por exemplo, já pensaste que grande confusão.

- Amo muitas coisas, obviamente. Mas, um Homem, quando amo, permito que entre em mim, que me sinta por dentro, que me dê prazer, o sexual também, que me deixe senti-lo também assim….vejo as coisas deste modo. Estarei errada? E tu quando pretendes deixar esse lugar ermo e desceres cá abaixo. Estou cansada de esperar por ti.

- As relações humanas não são fáceis e a confusão é mesmo uma constante….também o é comigo. Pensa em quando nos conhecemos e no que te disse: - Não precisas dar-me a mão. Conheço todos os caminhos de quando ainda tinha a verdade nos olhos. Resulto de um modo de dizer as coisas simples e belas e tu és o meu guia, o meu assunto do dia para me dizeres também, de quando tudo era branco nos meus olhos.

- EU Amo-te sempre mais

- Eu também

Epifania & Ainafipe


Resulto de um modo de dizer as coisas, simples e belas, e tu és o meu guia, o meu assunto do dia, para me dizeres também, de quando tudo era branco nos meus olhos…
Epifania & Ainafipe

 
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Epifania
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 06/01/2016 15:19  Atualizado: 06/01/2016 15:19
 Re: No espaço da imaginação
olá amigas, Epi e anaifipe, quem diria que nos havíamos de encontrar por aqui de novo. então a minha amiga tem o vicio de escrever, e eu pensei: que vicio fixe. bom, eu sei que as pessoas agora teem a mania de querer controlar tudo mas, é uma pena porque quem quer controlar acaba num inferno levando quase sempre os que vivem com ele, ou ela. eu adoro vícios e acho que quantos mais vícios tivermos melhor. no mínimo ajuda a iludir a morte alongando o tempo do corpo, e se for um vicio de escrever ainda é melhor na medida em o viciado arrisca-se alongar também o tempo de vida útil do disco rígido do corpo, o disco porque o corpo sem disco é como um copo vazio, não serve para nada. agora, convém é escolher vícios benignos senão... eheh

Dolores, perdoa-me por ser assim maluco mas tenho de fazer jus ao titulo. rs. tu não te importas que eu diga asneiras boas pois não!
foi realmente um gosto. um abraço para ti. um para a nossa capital, e hoje como estou um mãos largas ainda deixo aqui quaquer coisita para o resto do mundo.