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ETERNA AMIGA

 
Pulava a janela
Vindo se esconder sob minhas cobertas,
Passava a noite toda ali,
Quieta,
Sem despertar suspeitas em meus pais.

Foi minha companheira inseparável
Durante boa parte de minha infância e adolescência.
A única a me entender e apoiar,
Em todos meus atos,
Certos ou errados.

Nunca brigava sozinho.
Meus adversários tinham que tomar cuidado
Com o vulto preto,
Que ao menor descuido
Mordia-lhes a poupança,
Como era de confiança essa pretinha!

Minhas namoradas tinham
Que se aproximar com cuidado,
Suas dentadas mostravam
Quem era a predileta!

Fizemos vestibular juntos.
As longas horas de estudo
Nunca foram solitárias,
Ela estava sempre ao meu lado,
Sem nada entender,
Sem nada pretender,
Não sei porque...

Em noites de tempestade
Ficávamos muitas vezes no escuro;
Saltava em meu colo,
Não havia lugar mais seguro,
Escondia-se, ali, de todos os perigos do mundo.

Os anos passaram
E a saúde com eles;
Felizmente deus não deixou
Que a vida a fizesse sofrer,
Privou-me de sua presença
Sem sofrimentos desnecessários.

Durante muito tempo,
Tive, a nítida sensação,
De não estar só;
Alguém continuava por perto
Zelando por mim.

 
Autor
Frederico Rego Jr
 
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Enviado por Tópico
Mel de Carvalho
Publicado: 02/03/2008 22:00  Atualizado: 02/03/2008 22:00
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Usuário desde: 03/03/2007
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Mensagens: 1562
 Re: BUGRINHA
Terno esse seu poema. Memórias para além dos tempos. Gostei de ler.

Cordiais cumprimentos
Mel