Poemas : 

Pérolas das profundezas bruxuleando no apagar dos faróis

 

Pérolas das profundezas eternas,
não respondem ao anseio das rochas,
nem margaridas nascem nas cavernas,
sob bruxuleante luzir de parcas tochas.
Santuário de inóspita miragem súbita,
o cipreste verga ao vento tal virtuose,
talvez querendo me acordar abrupta,
num pedaço de céu aberto em close.

Anjos iniciam um bailado truculento,
servindo de palco as nuvens brancas,
quando o céu enraivecido e virulento,
rasga-se em emoções sem retrancas,
afugentando o luzir do luar perolado
desfazendo a decoração do sacrário,
convidando estranhos a morar ao lado,
sem reserva de domínio fiduciário.

De repente não há mais luz no palco,
só o tablado de gelo azul sob o cipreste,
deslocando o azimute do rumo do leste,
rangendo o pinho ao redor do catafalco.
De repente, há obuses esmagado nas mós,
é então tarde neste apagar dos faróis,
tarde no inverno, sem luzes, nem heróis,
lençóis de emoções apagadas em nós.

 
Autor
FilamposKanoziro
 
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