Graças a deus sou uma pessoa bem resolvida Com a escrita que sempre foi e continua a ser, a minha lida Me levanta quando eu não tenho mais forças para lutar Portanto a mim só me resta, a essa dona, recompensar
Tudo começou com uma pequena brincadeira Estava longe mas mesmo longe de imaginar Cair em momento algum na sua ratoeira Mas parece que foi o suficiente para de vez, atinar
Que estou destinado a nascer Com essa senhora no meu peito Estou destinado a desfalecer Ao seu lado de qualquer jeito
Podem vir umas quantas multidões Mas eu não arredo por nada desse mundo, pé Podem vir acompanhados de canhões Mas eu e a escrita vamos mostrar como é que é
O meu pai até em mim, acredita A minha mãe, o meu trabalho, facilita O meu irmão ao que parece só me imita E eu pois claro sou o tal que não hesita
Igual a mim mesmo!
Vocês não sabem que eu sou a luz Porque moram por horas infinitas na escuridão Pedindo o perdão que Cristo nos dá na cruz
A paga mais justa por se meterem onde não devem!
Preocupem-se com a vossa ou falta dela Olhem a história da bela adormecida É um bom exemplo para quem quer ir de vela Sim, estou a falar da vida!
As pessoas que tanto me criticam Quer, as que vão ou até mesmo as que ficam E que do mesmo modo, têm mau perder No fundo são as que me admiram Vocês, é que ainda não viram Mas ainda vão a tempo de escreviver!
Quando o alheio for santo Eu já estarei no céu Acompanhado do meu chapéu-de-chuva Só para o proteger de todo pranto
Por isso não chorem mais Já tivemos bastantes funerais Ao invés, puxem pela cabeça até mais não E levem a escrita bem no cantinho do vosso coração
É isso que todos os dias faço Se até mesmo de Janeiro a Janeiro Levo sempre a caneta no meu regaço Não fosse eu, poeta a tempo inteiro