Poemas : 

Escrevi-te sempre nas noites mais incertas

 

Hoje talvez te acenda a lua com umas calças
de algodão. E aprenda coisas simples como a
do ferver os queijos. Como a do ferver as
malas, as malas de um poente enorme. E,
para tudo isto, não me lembro de melhores
ventos. Mas, claro, que para me veres mais
à frente, lembra-me um dia anterior. Lembra-
-me esse Verão nas esquinas dos rebanhos
bordados. E da ténue brisa que se multiplica.
Que se multiplica e logo como uma rosa. E
logo como uma rosa capaz de desenhar sózinha
o leve bater dos cardos. O leve bater. E ainda
das bóias que me hão-de vestir
quando desce
res, Meu
amor


Eugénio Trigo

 
Autor
TRIGO
Autor
 
Texto
Data
Leituras
729
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
5 pontos
3
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
TRIGO
Publicado: 31/12/2017 15:44  Atualizado: 31/12/2017 15:44
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2009
Localidade: Cabeça-Boa - Torre de Moncorvo
Mensagens: 2309
 Re: Escrevi-te sempre nas noites mais incertas
.
Nunca sei, meu amor, se as lajes
de música nos assustam, ou se
depois te escondes e escureces
as ondas amarelas em que te beijo


https://www.wook.pt/autor/eugenio-trigo/2027841


Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 23/01/2018 11:59  Atualizado: 23/01/2018 11:59
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: Escrevi-te sempre nas noites mais incertas
...que a descida seja suave! Vólena