Capital, Abril de 10
A culpa é tua!
Toda tua! Até a Primavera se foi e arrastou as flores da macieira e as letras do nosso livro misturaram-se todas!
Fazes isto num propósito, que eu bem sei! Castigas-me, obrigas-me a lembrar-te sempre, a não descansar deste cansaço que me acalenta na volta do dia seguinte, a nova flor a despontar, os versos organizados na tua vontade, que queres tu?
Grita!
Queres que eu grite? Acaso não te chega a minha voz em vinte cartas que te enviei e do nada te recebi?!
Não te sei, não me quero.
Só te quero a ti... só te quero a ti.
Não podes fazer-me isto. Vais-te e ainda levas a Primavera e os poemas contigo...