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DESTEMPERO

 
Tags:  Sonetos 1998  
 
DESTEMPERO

Ninguém me julgaria o destempero
Fosse eu ainda um homem mais ameno.
Clamando aos quatro cantos no sereno,
Eu bebo muito mais do que tolero...

Se dos outros eu pouco ou nada espero,
É porque tenho marcas de pequeno.
Ácido, em minha boca igual veneno,
Eis o esplêndido fel que vitupero!

Cético das alheias alegrias,
Eu gargalho de suas fantasias
Onde há tão-só engano, não verdade.

Se há muito evito temas comedidos,
Faço versos a gritos parecidos
Imerso n'uma dúbia insanidade,

Belo Horizonte - 18 04 1998


Ubi caritas est vera
Deus ibi est.


 
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RicardoC
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/05/2020 21:23  Atualizado: 01/05/2020 21:23
 Re: DESTEMPERO
destempero é uma coisa boa. trabalhei o ouro e a prata durante mais de vinte anos e para os poder modelar tinha de os destemperar senão tanto um metal como outro eram impossíveis de manusear, partiam-se se se se. se se é uma coisa muito má. eu gosto do destempero mas apenas consumo coisas muito temperadas. sim, viva o tempero, e há que caprichar nos ingredientes. muita pimenta, sal, enfim, o mais possível dentro do bom senso, eheheh tu galo! gargalo digo. aonde é que vós aprendestes essas coisas! andais todos fodidos da cabeça!