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Fuga de um inverno revisitado quando se esperava poder ver as flores de uma nova primavera.

 
Tags:  fantasia    surrealismo    paradoxos  
 
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O inverno reassoma intempestivo
e ficam na memória dias mais cálidos
O por do sol ardendo em brilhos
Tal qual a forja de uma ferraria
Sentar-me-ia a olhá-lo deslocado
das correntes do tempo cotidiano
Sumiriam as distâncias em minha mente
onde imperam as transparências
Passado e futuro - conceitos q'mescapam
da consciência, submersa no irreal
Liberto-me dos cordões umbilicais
que a vida insistiu em me atar
Os signos se apresentam sucessivos
os vejo, abismado, repletos de sentidos
Ocupando as faces lógicas dos losangos
com a precisão geométrica da luz
A luz me devolve ao real indesejado
Retorno ao presente de frios cortantes
Abrigo as mãos no calor dos bolsos
Retiro-me, irresignado, ao abrigo de casa.


"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 28/04/2022 14:15  Atualizado: 28/04/2022 14:15
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Usuário desde: 14/08/2018
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Mensagens: 2221
 Re: Fuga de um inverno revisitado quando se esperava pode...
Este poema recebe um novo nome, pois será incluído com ele no meu novo livro - "Paradoxos".