Poemas : 

As Estrelas de Maria Flávia de Monsaraz

 
No vazio da penumbra dos meus sentidos
vagueiam memórias caiadas de silêncio,
saudades, palavras e gestos perdidos
que se aninham, recalcados no meu peito,
batendo como asas de Anjos adormecidos.

Uma só caricia me vem ao pensamento,
uma só vontade adorna os meus desejos,
Voltar atrás, beijar seu rosto, amar o tempo
em que nos tinhamos tão próximos, tão juntos
e que a morte nos tirou num pé de vento.

Sua voz ... essa voz calma e serena,
as púrpuras que caiam das suas mãos,
seu corpo, cheio de aves, tantas penas,
agora na paz sepulcral de um jazigo,
adormecido num ataúde d'açucenas.

E cai a madrugada sobre mim como aquela
tarde triste e tenebrosa em que partiste
do cais da minha solidão num barco à vela!
O mundo parou! Parou a vida! Parei eu
naquela casa frente à sacada da janela ...

Casa, outrora, de Poetas e de Paz!
E a janela, a sacada, aquela rua ...
... a Victor Cordon que saudades que me traz,
um tempo que não volta, voltar aos braços
das Estrelas de Maria Flávia de Monsaraz.

Ricardo Maria Louro
Até sempre querida Maria Flávia!
Um ano de saudade.


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
Autor
 
Texto
Data
Leituras
552
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
0 pontos
0
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.