Prosas Poéticas : 

No pensar dos homen

 
Olhei pra o céu,
Tentei retardar as tardes,
Pra que as gulosas noites
Não acordassem as trevas
No coração dos homens,
Homens que vestiam das sombrias noites
Pra ludibriarem o vivo olho de Deus.
Na tentativa tornar o irrial o real,
No pensar dos homens,
O céu cobriu-se de manto negro,
Recuei no tempo e lembrei
Quem fui nas curvas do tempo,
Que o tempo me reservara
Sem lembranças por lembrar
Em cada tarde sonolenta,
Que fechava olhos à noite
E acordava sonhos profundos
Que esqueci de sonhar
Na leveza do sono
Que nunca tive.
E, enquanto as noites
Encostavam as tardes ao mural,
Encostava-me à bengala do tempo,
Contando migalhas do tempo,
Do tempo que me restava
De tantas tardes falecidas,
Depois de darem beijinhos
Ao sol que ia dormir ao  poente.


Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
Autor
Upanhaca
Autor
 
Texto
Data
Leituras
326
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
3 pontos
1
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 02/05/2023 19:54  Atualizado: 02/05/2023 19:54
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8307
 Re: No pensar dos homen
As lembranças não
ficam atrás do tempo,
simplesmente, o tempo vai à frente e as lembranças seguem-lhe os passos.