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A Pequena Sonâmbula(Sketch 6)

 
Sketch 6




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A Pequena Sonâmbula.



A cena se passa nos Estados Unidos, em 1943. Um amplo quarto com uma cama, uma estante com bonecas, outra com livros, alguns brinquedos espalhados pelo chão, uma parta ao lado. Uma menina chamada Anne, de mais ou menos seis anos, de cabelos ruivos e olhos verdes, usando um pijama azul está deitada na cama. Um homem de bigode, de face suave e de olhar belo entra no quarto.



Pai de Anne- Vamos dormir, minha querida. E hoje podemos pular a oração. Não contarei a sua mamãe que você não orou antes de dormir.


Anne- Não queria dormir. Não gosto de dormir.


Pai de Anne- Todos precisam dormir, inclusive uma menina linda e especial como você (Levemente acaricia seus cabelos).


Anne- Não posso ficar mais nem dez minutos brincando?


Pai de Anne- Não, querida. Outro dia você fica um pouco mais acordada.


Anne(contrariada)- Está Bem. Boa noite, papai.


Pai de Anne- Boa noite, querida (Sorri, manda-lhe um beijo, apaga a luz e sai do quarto).


Anne dorme por uns cinco minutos, logo ela acorda e começa a andar dormindo. Ela pega uma flauta que está na estante com as bonecas e começa a tocar. Ela toca por dois minutos.


Pai de Anne(off)- Quem estaria tocando esta flauta? (Passos indo em direção ao quarto. Anne coloca a flauta no lugar e volta para a cama. Quando o pai dela entra, Anne está dormindo profundamente. Ele sai fechando a porta).


Ela volta a levantar e dessa vez pega um pequeno tambor que está jogado ao lado de sua cama e começa a tocá-lo. Novamente, seu pai chega no quarto e ela continua dormindo. O pai dela fica muito confuso e desconcertado por ouvir barulhos e não saber de onde vem. Novamente fecha a porta.


Anne levanta mais uma vez e começa a entoar alguns mantras. Eles são mantras belíssimos e ela dança, rodopia, e fica totalmente livre na dança. Seu pai novamente vem até o quarto, e ela está deitada na cama dormindo profundamente. Ele acende a luz, entra no quarto, vai até a janela e espia. Não há nenhum barulho na rua. Ele suspira.


Pai de Anne- Devo estar ouvindo o vizinho ou os vizinhos. Anne está dormindo profundamente.


Sai do quarto batendo a porta.


Anne levanta mais uma vez e começa a recitar alguns poemas que aprendeu. Um dos poemas é Bridal Song, de Shelley. Outro é In Memoriam, de Tennyson. Ela recita apenas três quadras do poema In Memoriam. Mais uma vez ouvimos passos de seu pai. E Anne dorme profundamente na cama.


Pai de Anne (entrando no quarto) - By Christ! Estou ficando totalmente louco! Quem está recitando poemas, tocando flauta, tocando tambor e ainda recitando mantras tudo de uma só vez? (Ele suspira longamente, passa a mão pela face e pelos cabelos. Ele sai mais uma vez apagando a luz).


Anne levanta novamente e começa a fazer um discurso. O discurso dura mais ou menos uns quatro minutos. E novamente como sempre seu pai curioso e pouco perceptivo entra no quarto. Anne está dormindo profundamente. Ele sai do quarto batendo a porta com força.


Anne dessa vez apenas caminha pelo quarto. Ela acaba ficando perto da cama, totalmente adormecida. Ouvimos passos de seu pai e ele entra no quarto. Acende a luz e vê Anne ao pé da cama, dormindo. Ele balança a cabeça negativamente, vai até ela, pega-a nos braços e coloca na cama e a cobre.


Pai de Anne- Durma bem, meu anjinho. E eu quero saber quem todos os dias fica fazendo tanta balbúrdia que não me deixa ler nada ou mesmo ouvir o rádio. (Beija a face de Anne e sai do quarto apagando a luz. O pano desce).


FIM


 
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lud
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