Luso-Poemas
 
Poemas : 

Depuração

 



Instantes vagarosos
quase eternos
corporizam o oásis da palavra.

Num esforço de mobilidade ascendente

[ como um diálogo em que a depuração das sombras
se entranha na palidez da folha ]

releio a absorção do mundo
a luz avança

e retrocede

levada pelo fogo lento e frágil
em que a vida se consome.

O tempo suspenso
nos ramos que atravessam o vento.

Súbita harmonia
dentro do meu olhar insuficiente.

E no cerne da alma
múltiplas vozes em íntima polifonia.







 
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maria.ana
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Enviado por Tópico
Egéria
Publicado: 06/11/2023 08:39  Atualizado: 06/11/2023 08:39
Usuário desde: 28/09/2009
Localidade:
Mensagens: 889
 Re: Depuração
Olá
uma alma cujo o vento não danificou, e as vozes que se multiplicam não se confundem mesmo em polifonia.
Adorei a construção do poema, nada desalinhado muito belo no seu sentido...
Abraço


Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 06/11/2023 14:08  Atualizado: 06/11/2023 14:08
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1176
 Re: Depuração
Olá maria,
assim surge um poma aliás, um hino.
Gostei muito da metáfora.
depuração das sombras e da luz, depuração dos sons até se obter a "desejada" poliphonia.
Parabéns,
Paulo

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