Poemas : 

As vozes

 




Aqui, onde os declives se desvendam
e os dedos se estendem em réstias de luz
para dentro da terra,

[ em desassossego de vozes e sementes ]

e os teus olhos me aquietam na solidão
dos rios que gemem

sob as águas paradas,

aqui me reconheço sede, a soletrar as aves
que envelhecem,

ponteiros mortos de um tempo
atravessado de luz tardia, em que os horizontes

se confundem e se habita pela metade
os nomes dos dias,

na orla de tudo

[ ou de nada ]

onde a viagem irreversível se inicia.






 
Autor
maria.ana
Autor
 
Texto
Data
Leituras
344
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
16 pontos
4
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Egéria
Publicado: 27/11/2023 13:16  Atualizado: 27/11/2023 13:16
Usuário desde: 28/09/2009
Localidade:
Mensagens: 889
 Re: As vozes
Olá,
que seja um bom começo...
Que a luz seja a energia que ilumine o caminho!!
Abraço.



Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 27/11/2023 21:07  Atualizado: 27/11/2023 21:07
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1176
 Re: As vozes
Olá Maria,

Texto expressivo e denso,
O silêncio é local d chegada mas também d partida. no incessante movimento circular dos "ponteiros mortos de um tempo" intangível.
Gostei.

Paulo