Poemas -> Reflexão : 

PARA UMA HISTÓRIA ETERNA

 
Plúmbeas palavras
Que se fazem negras, tristes...
Iguais ao tempo
Que corre para o infinito
Como uma iguana apodrecida,
Ao sol inclemente,
De uma morte sem fundamento.

Ouvem-se ecos metálicos;
Feéricos canhões
Fazendo exibição,
Numa praça de mil caixões,
Fazem dos sons bélicos
Acordes tristes.

Não se ouvia,
O pulsar dos corações telúricos,
Amordaçados...
Vítimas de um claustro alegre,
Muitas vezes invejável,
Em alegorias,
Vagantes e incólumes...

Mancha rubra,
Dedos funestos, pálidos...
Que margeiam uma pátria
Imberbe, ainda,
Balbuciante, ainda.

Escutar o murmurar
De sonhos cativos
Em ricos prostíbulos,
Em febris cabarés,
Faz da pátria criança
Uma adulta sensível,
Grotescamente inquieta,
Em sinceros desejos
Chorados como estampidos criminosos.











 
Autor
Frederico Rego Jr
 
Texto
Data
Leituras
875
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
1 pontos
1
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
gil de olive
Publicado: 10/05/2008 20:58  Atualizado: 10/05/2008 20:58
Colaborador
Usuário desde: 03/11/2007
Localidade: Campos do Jordão SP BR
Mensagens: 4838
 Re: PARA UMA HISTÓRIA ETERNA
Estou te aplaudindo por mais esse excelente texto!