Poemas : 

Jogar à Apanhada

 
Desde cedo procurei o vício

e cada achado
era só mais um prego para o caixão.

Na caixa do meu correio
chegava, sem selo sem remetente
um meio acidente.

Corria, a bom correr,
bares e casas de chuto
numa meia-maratona, a avisar da minha derrota.

Além de tudo mais o que se poça herdar.

Ignoro como tudo começou

se apanhei uma doença
ou
se a doença é que me apanhou.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 24/02/2024 09:11  Atualizado: 24/02/2024 09:11
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1176
 Re: Jogar à Apanhada
Olá Rogério,

Não há nada como a transparência.
Texto muito bom com o humo subtil de que sou apreciador.
Jogo arriscado mas com originalidade temática.
Parabéns pela criatividade.

Abraço

Paulo