Primeiro-ministro nada vales,
fica virado contra a parede
tocado, como o criminoso que és.
A polícia faz só o que mandas
no beco sem saída, nem males
em que um mata a sua sede,
é mandado, parado, de viés.
Sinistros, aqueles em que andas.
Nada vales ministro-primeiro,
que se vê ao longe insegurança
no teu olhar curto e protegido.
E inauguras a indústria do medo
que só havia no teu poleiro,
na tua mente pua, de criança,
que mais valia não ter havido.
Inicias a moda do segredo.
O governo que bate palmas,
que é cego ao são e ao crime,
que trata todos que passam na rua
como se vivessem em ditadura.
Vai cair fúria, e sem ser nas calmas,
cego, caído, triste regime,
que será queda coisa só tua.
Toda a acção se paga, impura.
Ninguém aplaude e nem entende.
É operação sem empatia,
contranatura, uma miséria
que a todos contrai, ninguém gosta.
Primeiro-ministro não se ofende,
encostado à parede vazia,
na sua casa pouco séria...
O seu nome: António Costa.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.