Poemas : 

lavandaria

 
à memória de Adília Lopes

devo andar com a mancha
às costas
na camisola vermelha
há muitos dias
não haverá quem me avise
antes que se alastre
ou pelo menos
quem me dispa
mesmo que na esperança
de que seja sombra
de outras nódoas
que a solidão tenha deixado
sobre a pele


 
Autor
Benjamin Pó
 
Texto
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Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 02/01/2025 13:01  Atualizado: 02/01/2025 13:01
Colaborador
Usuário desde: 06/05/2024
Localidade: Braga
Mensagens: 551
Online!
 Re: lavandaria
A esperança não lava, mas alimenta a máquina de lavar!

um abraço e bom ano amigo :)


Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 02/01/2025 22:02  Atualizado: 03/01/2025 11:30
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3605
 Re: lavandaria
O pouco que sabia a muito...

A MINHA MUSA

antes de ser
a minha Musa avisou-me
cantaste sem saber
que cantar custa uma língua
agora vou-te cortar a língua
para aprenderes a cantar
a minha Musa é cruel
mas eu não conheço outra


in https://ermiracultura.com.br/2017/04/2 ... o-poemas-de-adilia-lopes/


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 04/01/2025 01:40  Atualizado: 04/01/2025 01:40
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18756
 Re: lavandaria
Tua caneta, me desconcerta. Muita beleza, como se fosse um perfume descansando nas linhas. Boa noite


Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 06/01/2025 10:05  Atualizado: 06/01/2025 10:05
Da casa!
Usuário desde: 23/05/2024
Localidade:
Mensagens: 391
 Re: lavandaria / Benjamin Pó
.
Olá, Benjamin.

Não há quem avise e a mancha vai alastrar.
Não há quem dispa porque não há esperança e a sombra já não é.
As nódoas que a solidão deixa na pele são manchas, marcas, sinais, tatuagem vermelha, como a camisola.
Um chamariz:
estou aqui e sou assim
já não há nada que possam fazer por mim.

Gostei muito.
Obrigada.

Ab
Beatrix