Luso-Poemas
 
Poemas : 

Poetas bandidos

 
as moscas na janela penetravam o vidro
corroíam o interior da transparência
inaugurando o engano.

o equívoco nasce nas sombras dos verbos desatendidos

as moscas zumbem o diálogo dos poetas da novidade

urdindo rimas nos labirintos do destino

não há paz na terra, Senhor
enquanto a luz dos dias não trouxer o violino do vento
para o interior das horas

escrever o silêncio do tempo
nas frases finais de um poema crucificado

devido à hora das moscas nos vitrais sujos da capela




 
Autor
gillesdeferre
Autor
Textos deste autorMais textos
Rss do autorRss do autor
EstatísticasEstatísticas
 
Texto
Data
Leituras
319
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
Enviar este texto a um amigoEnviar
Imprimir este textoImprimir
Salvar este texto como PDFCriar um pdf
6 pontos
2
2
0
Recentes
palavras da lenda
da diluição
lembrança de umas férias de verão
Infância
Partida
Aleatórios
o que aconteceu de noite
Feriado a meio de agosto (nota no diário)
na verdade
Ainda tu
Crónica do mar e da terra
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 19/01/2025 11:26  Atualizado: 19/01/2025 11:26
Moderador
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3835
 Re: Poetas bandidos p/ gillesdeferre
Uma treva encoberta pelo tempo, escasso e tomado. A corrosão que nos vem de dentro para fora é, por vezes, imperceptível e sempre nefasta se a deixarmos consumir o que deixamos no silêncio, esses segredos que, um dia doces e prazerosos, se tornam macabros pesadelos. A poesia negra e algo gótica (felizmente) desceu ao Luso-Poemas.

Links patrocinados

Páginas em

Páginas sobre