Confesso me passa pela cabeça
Ficar um tempo longe dos versos
Deixar que a fumaça se esvaneça
Sentir frio às vezes é tudo que peço
Aí eu escuto sua voz me arrastando
Queimando cada chance de esquecer
Seu decote e lembro de seu comando
O domínio que me obriga a escrever
Meu silêncio é erguido por mil canções
Minhas paredes ardem ao seu vestígio
Fazendo o Bourbon evaporar sem sanções
Livre eu viajo sem glória e sem prestígio
Então fico prisioneiro do brilho de seu olhar
A noite chega abrem se as portas de meu bar
A fumaça se espalha a única saída são as linhas
E escrevo como se suas carícias fossem minhas
Faço delas meus versos o que nunca aprendi sobre amar
Deus abençoe o silêncio
Carlos Correa