Mesmo quando tudo pesa,
Guardo tua última carta dobrada no bolso.
A tinta quase apagou,
Mas tua letra ainda me chama pelo nome.
E isso basta.
Para acreditar, para seguir,
Para sorrir mesmo no escuro.
Às vezes penso em bater à tua porta
Sem dizer nada —
Só deixar o corpo falar o que a boca teme.
Mas volto.
Porque te querer é também te preservar.
Mesmo quando tudo em mim te chama.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense