tinha o cabelo orvalhado
reflexo de ar livre
das noites
e todos os dias
um atrás do outro
ansiava, fervoroso, pela manhã
só a liberdade permite congeminar o sol
e perceber dele o poder de secar
nada de se encerrar
agastado de quatro paredes
e telhas opacas
adorava a noite
o manto negro despertava-o
queria-o sempre limpo e de frescura
banhava-se de estrelas
e de luas
a do alto e as que inventava
luas da lua de luas
e quando o sol rompia
lá estava ele
de mão pronta
a espalhar versos
sabia que a luz não é só dos sóis...
12-05-2025