Eis
que te desafio
para mais um duelo,
evito, sem hesitar, as desculpas,
lanço um ror de escárnio e ofensas
não quero saber o que pensas,
mas prepara as tuas costas e o rosto,
já que não tens cara
que eu
cá aguardo as respostas.
Com as mãos
em forma de cutelo
atiro-te, com toda a força,
um sorriso,
e grito, sempre sem gritar
firo-te, e fito
com um incomum, preciso,
olhar.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
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Por regra, não respondo.