Faz um tempo que eu me sinto perturbado,
Sempre sendo honesto e com coração quebrantado.
Já faz anos que não me sinto amado,
E a última vez que me senti assim Tu não estavas do meu lado.
Choro no silêncio da minha solidão,
Carrego no peito essa interrogação.
Se és amor, por que a dor me visita?
Se és presença, por que minha alma é tão aflita?
Olho pro céu e não vejo resposta,
A vida é dura, a esperança é quase morta.
Será que me ouves? ou só falo ao vento?
Será que ainda tens planos pra esse sofrimento?
Sinto o peso da noite me esmagar,
E meus passos cansados não querem mais andar.
Mas dentro do peito arde uma chama pequena,
Um resto de fé que ainda insiste, e me acalenta.
Pois mesmo ferido, ainda ouso orar,
Mesmo em silêncio, ainda tento esperar.
E se meu pranto não encontra canção,
Que ao menos Te alcance em forma de oração.
Então, Senhor, não me deixes sozinho,
Mostra-me a estrada, me guia o caminho.
E quando o mundo tentar me calar,
Que Tua voz venha me levantar.
E se a cruz é o peso que devo carregar,
Faz dela o trono onde irei reinar.
Do pó me levantas, do nada me faz rei,
Pois sou Teu filho eterno, e em Ti vencerei!