- não sou de ficar na mão!
(segredou-me um passarinho...)
deixei-a voar para o ninho
enquanto pesava a razão
mas algo faltava à mão
com ares de que voasse
que ao céu também levasse
mesmo deitado no chão
então puxou-me a mão
e começou a deslizar
por um calor de queimar
sem medo da erupção
e lá me parou a mão
a dizer-me da humidade
num sítio que na verdade
já voava na paixão
e se a pássara está na mão
lá fui usando das duas
a deixar montanhas nuas
até à boca do vulcão
já não era coisa de mão
mas sim de dedo grande
aquele que se expande
e minga após a explosão
E no meio do turbilhão
segreda-me já em prece:
- é aí que a coisa aquece
não o pássaro na mão!
10-09-2025