Perfeita é a rima de amor com dor,
E banal na pena de qualquer poeta,
Sempre aos moucos gritada com furor,
Quando nunca se alcança a vista meta.
Amor é Cupido, a dor sua seta,
Como a escrava é coisa do seu senhor,
Obediente ao chicote e insurrecta
A quem cego a dispara sem rigor.
De todos este é o mais imponente
Estilo que aquela rima merece;
Um círio que dos versos se acende…
Só canta em decassílabos quem sente,
Quem vive sobre o fogo e não se aquece,
Quem sonha cada vez que se transcende.
29 de Junho de 2009