aqui estou frente à porta onde me esperas
casa em chamas que se acode a correr pernas
queres a água, a revolta das cisternas
do socorro 'inda sem gritos desesperas
sou de escada à janela, onde boca infernas
numa língua de fogo a dizer das feras
labaredas a tomar-te que já não moderas
queimam-te as paredes gemem-se internas
nada dizes senão dum olhar de fogo
a súplica pela paz que chegue logo
num soldado ao comando da agulheta
mas sou quem já se te vai a contrafogo
numa pressa de quem urge em igual rogo
p'ra ruirmos numa una silhueta
25-09-2025