A tarde se vai, carregada de memórias vossas,
e minh’alma em saudade se consome;
O vosso vultus, lux aeterna,
ressoa em mim qual cântico de anjos.
No íntimo brotou a semente do amor,
lançada em seio de ternura divina;
ó meu Amado, vosso olhar puríssimo
arde em minh’alma como sol oriental.
Mas ventos ligeiros vos levaram,
tal nuvem errante no firmamento;
ficou-me apenas vosso odor suavíssimo,
incensum cordis mei, que nunca se apaga.
Hoje reguei o lírio do nosso enlace,
fitando o céu, velado em lágrimas;
e ouvi do ar um pássaro sacro,
que em voz celeste me disse ao vento:
“Quae dolor vos tenet, anima dilecta?
Ego canam pro vobis, rosa caelestis.”
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("Que dor vos toma, alma amada?
Eu cantarei por vós, rosa celeste.")