
O Voar da Borboleta
Há sangue nas mãos da minha caneta,
escrever palavras às quais me oponho,
uma densidade que me tira o sono,
quero desfazer esta feroz treta.
Translado a alma jogada na sarjeta,
para eu, confessar o que não falo,
ao tocar minha mão na tua boceta,
e a ereção incontida do meu falo.
Esta entrega emocional é uma faceta,
de um ser que se oprime neste sonho,
como posso compreender este meu tono,
colocado no papel com tinta preta
Não há prazer neste poema falho,
que me nasce azedo nesta sarjeta,
como uma árvore sem seus galhos,
ou o voar estático da borboleta.
Alexandre Montalvan
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