Repousa no seu canto,
inerte,
parado, como se num sono,
é rochedo frio
banhado pelo Outono.
No seu pouso
calmo
era solicitado pelo nada,
é paisagem ainda,
pintura a óleo não olhada.
Quieto
no mais puro silêncio
espera a deixa.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.