trouxeste-me até aqui
pela mão
assente num fardo
eu que ardo
sou o cinzento depois
dizes-me que olhe o mundo
as coisas
e as não coisas
dizes-me das cores
dos aromas
das texturas
dos sons
dos sabores
dizes-me das emoções
das sensações
dos abstratos
extratos de tantas vidas
e no fim
acaba tudo preto
no branco
um banco de assunção
presumido de mim
nas incertezas horizontais
de alguém renascer
tu, tão leve
quanto nada seres
pões-te peso todo num só vértice
e eu
equilibrista de mundos
que avance aos esses
na corda bamba
esclarecido
de cair-me constantemente
17-11-2025