Sonetos : 

Espelho

 
De tanto pensar, afundo-me num
silêncio mais profundo que o mar;
afogo-me no tempo, vil, comum,
a conservar as imagens onde há

um rio vário — e, ao espelho, nenhum:
impalpável, onde as formas vão e vêm,
nubladas no ponteiro desse álbum,
velha face de um breve ser além...

Combalido de tantas voltas rotas,
já não enxerga, ao espelho, senão gotas:
mínima partícula dessa glória...

O reflexo cansado sai à rua
(a alma tolhida, enlameada, nua):
Narciso algemado à própria história.

(Versão 1, trabalho em andamento)

 
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luscaluiz
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