Crónicas : 

*VAMOS CORRER*

 
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<font color="#CC6600">*Vamos Correr*

É rotina aos nossos ouvidos, nos noticiários, nas entrevistas com médicos, nutricionistas, etc. Precisamos correr, andar, caminhar, nadar, sentir o corpo suar até a exaustão, claro que entes temos que passar pela mão do médico para saber das nossas possibilidades.

Para ter saúde e viver mais, temos que: Ter uma alimentação especial, com frutas, verduras, legumes, menos carne vermelha, brigar ferozmente com o excesso de sal, gorduras trans e açúcar, álcool e fumo.

Lê, fazer poemas, pintar, dançar, passear, criar grupo de amigos, ser feliz, sorrir, abraçar, viajar, ocupar sempre a cabeça para não deixar que a doença de Alzheine embargue a lucidez.
Bom, diz a sabedoria popular que todos, temos um pouco de médico, de louco e dez minutos de bobos.

Vou usar minha parte de boba. Lá no meu sertão, quando ainda criança, eu assisti três idosas viverem cento e dezoito, cento e quatorze e cento e treze anos, duas lúcidas até a morte e uma caducou, era este o termo usado na época. Aprendi orações, sentada na calçada da igreja, todas as tardes com a dona Marcilina a de maior idade.

Eram analfabetas. A única arte que sabiam era trançar as folhas de carnaubeira para costurar o chapéu de palha. E no final ficaram anos sem nada fazer e a lucidez ali presente.
Falo agora da minha avó. Viveu noventa e seis anos, nunca foi a um médico, não havia na época, teve nove filhos, com as chamadas cachimbeiras, o alimento que mais apreciava diariamente era feijão com rapadura ou melancia.

Lazer? Só tomar banho no belo rio Jaguaribe, que corria, na época das enchentes por detrás da casa, com suas águas volumosas e barrentas, carregando na correnteza galhos, árvores e tudo que encontrava no caminho. Ficou viúva cedo, perdeu três filhos na época da malária, cozinhava com lenha que ia pegar no mato. Era uma mulher de boa estatura, rigorosa na educação e autoritária. Aos oitenta e dois anos a rede foi seu lugar de tranqüilidade e até o último suspiro a lucidez a acompanhou.

Agora vem minha bisnaga de médica leiga. Creio que, a humanidade adoece por estes motivos: Galinha que toma hormônio para crescer rápido, um mês e poucos dias para o corte. No sertão a galinha chamada caipira precisa de seis meses de vida “saudável” para ir a panela. O gado também com alimentação cheia de hormônio; produtos industrializados contendo conservantes, alimentos congelados vão perdendo a integridade; estresse das cidades; dívida se gasta mais, além do que se ganha; remédios, onde os efeitos colaterais recaem sobre os rins, fígado e coração. O ódio, a inveja, a maldade, a subida desregrada ao poder. O coração pede clemência.
Liberdades sexuais, espalhando doença, a porteira aberta à vida livre.

Atualmente tenho uma tia que está com noventa e cinco anos, teve um AVC, já por conta da vida moderna, faz quatorze anos que está sem nenhuma atividade para avivar a mente e está lúcida e lembra de toda sua vida.

Só o corpo envelhece a mente nem o espírito não.
Só a natureza pura é que salva a humanidade e estamos a destruí-la sem dó nem piedade.

Sogueira</font>


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Autor
SoniaNogueira
 
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