andando na praça

O poeta não pode e nem deve ignorar muitas coisas que acontecem na cidade. O poeta não é um político, mas é um cidadão como outro qualquer. O poeta não deve, não pode esconder o sol com a peneira. A poesia cobra caro depois. O poeta não deve. O poeta deve mais é cobrar.

Afeto,

Júlio

Obrigado pelo comentário. O poema agradece, triste como a realidade dos meus irmãos e irmãs brasileiros.

Afeto,

Júlio

Querida Poeta Vóny, permita-me assim chamá-la:

Não sei quando o fala o poeta, que sabe também ser lírico e derramar-se de amor pela mulher amada. Não sei quando fala o jornalista intempestivo que sou, que fiz da minha profissão sacerdócio, embora não acredite em Deus, mas só o admire, e, apesar de algumas prisões que tive, continue de rosto barbado e comunista para sempre: na minha idade não se muda para sempre, a não ser, Vóny, a lápide cruel da sepultura, que para mim nada diz.Tento um pouco mostrar um pouco mostrar um pouco a realidade do meu país.E nisto mostrar que o mundo não deveria ser dividido em classes.

Um beijo, Poeta,

Júlio

flavio, meu irmão poeta,

só tentei cantar o meu país. não queria que fosse assim, à sombra de uma lua ou de qualquer coisa. não gostaria que fosse dividido em classes, mas é. e eu não posso fazer nada, amigo, além de um poema deselegante.

afeto,

júlio

ah, menina margarete, eu ando cá pela praça que é tão triste. dou a mão, porque ainda me resta dar a mão ao meu silêncio, que é mais triste do que eu. meu relógio perdeu a hora. minha barba está mais branca do que devia. e eu sou, desgraçadamente sou, o poeta mais importante do meu prédio, até porque nesta solidão de paredes, desconheço outro melhor. não há. ninguém a escrever poesia por aqui.a poesia é bicho duro de roer.quando não é satânica.

carinho,

não quero ter o destino de ana cristina cesar, que tanto gostei e gosto. acredito ainda nas luas e nas estrelas. o 7° andar do prédio me incomoda. ainda não vou me atirar. amo minha mulher. e a tristeza me dita poemas, por enquanto.

júlio