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A NÉVOA DE PANDORA

 
 
A NÉVOA DE PANDORA


Assentadas na colina pênsil sobre a selva de pedra,
Pessoas lançam seu olhar ao firmamento
E vêem numa marcha frenética
Se aproximar delas a sádica névoa do tormento.


Os olhos transidos,
Como a injetar um ânimo febril no cérebro,
Esquadrinham particularíssimas congostas
Onde sabem que afloram escaninhos seguramente sombrios.


Alheia a tal ardil,
A névoa desprende de si
Diminutos cilindros de chumbo que descerram
Escarlates cataratas sem calma ou fecundam
Sementes, flores, florestas, floras do crepúsculo.


Quão, quantos
Cristais, Pérolas, Seivas potencialmente producentes
Que não serão
Carmelas, fulgurantes Auroras, Auréolas,
Diamantes de lume pungente, A Ébana Florescência mais Bela...!


No entanto, em vez disso,
Ela evoca tétricas noites diurnas
Que transformam airosas rosas betúmicas
E açucênicas aquarelas européia-iorubânicas
Em cálidas sepulturas.


Finalmente,
É assim a jacarandânica câmara de gás contemporânea...
É assim a aura da vil-metálica chama...
É assim que caminha a extrordinária e magnânima civilização humana!

JESSÉ BARBOSA DE OLIVEIRA
 
Autor
jessé barbosa de oli
 
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 16/06/2008 12:55  Atualizado: 16/06/2008 12:55
 Re:A NÉVOA DE PANDORA
Querido poeta Jessé,

Que maravilha!! Sua visão sobre essa civilização tem uma sutiliza que envolve palavras não muito conhecidas habitualmente, mas que nos faz mergulhar no significado e origem delas. Belísssimo poema. Sinto-me como Pandora, abrindo a caixinha...rs

Amei ler vc! bjo e um ótimo dia!!

virei tua fã de carteirinha